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Foto do escritorJuliana Navarro

Terapia Junguiana

A Terapia Junguiana é um compêndio de ideias, conceitos e técnicas verbais e não-verbais que permitem acessar o conteúdo inconsciente do paciente com o objetivo de buscar o caminho de cura e integração para questões que o indivíduo possui dentro de sua estrutura psíquica.


Também conhecida como Psicologia Junguiana ou Psicologia Analítica, a Terapia Junguiana é um método terapêutico baseado nas ideias de Carl Gustav Jung e também de estudiosos pós-junguianos. Ela se baseia na ideia de individuação, ou seja, de que cada Ser busca sua própria essência, o que se dá a partir da integração do consciente e do inconsciente. Para tal, Jung se vale principalmente do estudo simbólico dos sonhos e das manifestações do que ele chama de inconsciente.


Autoria da imagem: Carl Gustav Jung - Portraits Series by Olga Kurkina (NDSonne)

"Aqueles que não aprendem nada sobre os fatos desagradáveis de suas vidas forçam a consciência cósmica que os reproduzam tantas vezes quantas forem necessárias. O que você nega lhe domina, o que você aceita lhe transforma. | Carl Gustav Jung

A terapia junguiana, portanto, se baseia no estudo do conteúdo psíquico do paciente. A compreensão simbólica do que acontece em sua vida permite ir para além do significado óbvio do que se apresenta, já que mergulha no sentido real de manifestação de determinada realidade ou atividade: geralmente, é a busca de integração de algum aspecto inconsciente pelo consciente. Quanto mais conseguimos ajudar o paciente em sua caminhada no processo de integração, tanto mais diminuem os sintomas relacionados às energias psíquicas que precisam ser trabalhadas, mas que se encontram desordenadas por estarem ainda no plano inconsciente, tais como: depressão, traumas, luto, fobias, questões relacionais, ansiedade, entre outros.


Para isso, várias são as ferramentas utilizadas: análise de sonhos, imaginação ativa, jogos de areia, arteterapia, estudo dos arquétipos, contos, entre tantas outras. Diferente de outras técnicas terapêuticas, a psicoterapia junguiana coloca o terapeuta em uma postura bastante participativa, já que dialoga com o paciente.


Outro ponto bastante importante é a relevância que dá ao aspecto anímico do Ser. Por isso, não é rígida enquanto caminho, pois se pauta nos próprios movimentos da ordem psíquica do paciente, já que o reconhece como indivíduo extremamente singular. A transformação se dá à medida que o paciente lida com seus próprios conteúdos e com o conteúdo proveniente de sua relação com outras pessoas, com o mundo e com a realidade, tal qual as substâncias químicas quando se misturam: inevitavelmente ocorre uma transformação.


É uma terapia de longa duração e, como qualquer processo terapêutico, é um processo: cada passo precisa ser dado em seu tempo, respeitando-se a capacidade do Ser em lidar com a energia psíquica de cada momento que vive.


Jung e Alquimia


Jung começou a aprofundar seus estudos sobre o inconsciente através de Freud, do qual foi contemporâneo e com quem rompeu relações quando começaram a divergir em suas ideias. Essa divergência se pautava no fato de que Jung entendia que havia algo de oculto, místico, etérico, psíquico e anímico na consciência que estava para além do que propunha Freud em sua teoria da libido, de que tudo isso provinha de uma força, de um desejo, de um impulso sexual.


Portanto, o foco no inconsciente é o ponto em comum entre a psicanálise de Freud e a psicoterapia de Jung, mas divergem na forma como compreendem a estrutura desse inconsciente. E foi nos estudos de Alquimia que Jung descobriu um mundo de conhecimentos e possibilidades para poder compreender, explicar, enriquecer e aprofundar sobremaneira o estudo simbólico do consciente e principalmente do inconsciente no caminho da individuação, da realização do si-mesmo, da busca pela essência do Ser.


A tão falada busca pela pedra filosofal dos alquimistas, a transformação de chumbo em ouro é uma representação alegórica para o que os gregos diziam: "conhece-te a ti mesmo" (filosofia socrática) e o que Jung propunha em seu caminho de individuação. Ainda que, do ponto de vista alquímico, Jung tenha se dedicado à compreensão da Alquimia com foco no âmbito mercurial (plano das ideias, sutil, mental, estrutura psíquica), seus estudos são muito valiosos como instrumentos terapêuticos.

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