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Foto do escritorJuliana Navarro

Diferenças entre as "Psi's"

Psicólogo, psiquiatra, psicanalista ou psicoterapeuta? Quais as diferenças entre esses profissionais e suas atuações e a quem devo recorrer?


Essa é uma pergunta corriqueira não só no consultório, mas que recebo do público em geral e, percebo que é muito comum que algumas pessoas confundam ou não compreendam bem as diferenças entre as diferentes "Psi's", seus profissionais e abordagens: psicologia, psicanálise, psiquiatria e psicoterapia. Portanto, este texto esclarece o que cada profissão e prática tem de particular, como elas se diferenciam e também como podem ser complementares.


O fio condutor que aproxima e permeia essas profissões citadas é que os todas se debruçam sobre os estudos e prática relacionadas à saúde mental. Mas há algumas linhas tênues que as distinguem.


O psicólogo é o profissional que se graduou no curso superior de Psicologia, que é uma ciência que se vale do estudo das emoções, do intelecto e do comportamento humano a partir de diferentes correntes e teorias de estudo e pesquisa. Ele é habilitado para realizar avaliações, diagnoses, aplicar testes, entre muitas outras atividades neste campo de estudo.


O psicanalista é aquele que se forma a partir do estudo e especialização em Psicanálise, que é um campo de estudo clínico e investigação teórica da mente humana, do entendimento sobre a vivência humana e a percepção do comportamento do homem enquanto sujeito do inconsciente. É independente da psicologia e com abordagem distinta.


O psiquiatra é o médico - reforçando: necessariamente é um profissional que cursou Medicina na universidade - que se especializa na área de psiquiatria, portanto, ele estuda e atua no tratamento de distúrbios e sofrimentos mentais - sejam eles orgânicos ou funcionais - e que têm manifestação psicológica severa. Por ter atenção específica e diferenciada sobre o corpo físico, podem diagnosticar as doenças mentais com base em avaliações clínicas, laboratoriais e de imagens e, por isso, são autorizados a atuar com intervenção química medicamentosa e atuam não só em consultório, mas também em hospitais e instituições.


O psicoterapeuta é o profissional que também atua sobre o tratamento da psique, ou seja, da mente e da consciência e possui formações e especializações multidisciplinares sobre esse campo de estudo. Há várias abordagens nas quais ele pode fundamentar sua prática e é um profissional habilitado para aplicar - individualmente ou em grupo - diferentes técnicas terapêuticas relacionadas ao cuidado com a psique humana.


Há uma particularidade no uso do termo que também pode gerar confusão, pois a palavra psicoterapeuta também se refere à prática de psicólogos, psicanalistas e os próprios psiquiatras quando atuando na prática clínica, já que neste momento encontram-se no papel de cuidar da psique humana, afinal psicoterapia vem do grego psyché - que significa “mente” - e therapeya ou therapeuein - que quer dizer “ato de curar, de restabelecer”.


Autoria da Imagem: Ilaria Urbinati

Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença. | Organização Mundial de Saúde - OMS


Qual profissional é melhor?


Não é possível rotular qual a melhor prática, já que cada uma tem uma abordagem, estrutura e caminhos distintos das outras. Formações diferentes geram funções diferentes, ainda que todas atuem sobre a estrutura psíquica humana, da mesma forma que - por exemplo - todos os médicos estudam o corpo humano, mas cada especialização trata de um aspecto biológico do ser humano a partir de um ponto de vista e com mais profundidade neste.


Mas há - inegavelmente - três aspectos que devem ser considerados na escolha do profissional. O primeiro e mais importante é o quanto o paciente se sente confortável e seguro diante deste profissional, já que o sentimento é algo que somente a pessoa percebe, e também porque o vínculo estabelecido entre o cuidador e a pessoa cuidada é fundamental para o processo.


O segundo ponto é analisar as formações deste profissional para que o paciente compreenda bem a linha de trabalho e ajuste sua expectativa sobre o que será conduzido ao longo de seu processo de tratamento.


O terceiro ponto que me parece muito essencial hoje em dia é o quanto o profissional se abre e se predispõe a dialogar com outros profissionais da área de saúde, especialmente quando a intenção é a busca de um olhar sistêmico e multidisciplinar para definir em conjunto as condutas que melhor se adequam ao paciente. Profissionais que apresentam essa abertura costumam ter um olhar bastante amplo e ao mesmo tempo profundo sobre a saúde mental. Os melhores especialistas da área de saúde mental e saúde em geral costumam trabalhar muito bem juntos, alinhando pensamentos, debatendo e estudando casos clínicos, sempre com vistas a buscar o melhor caminho para o tratamento do paciente. Uma prática profissional não exclui as demais e, sim, podem coligar esforços em prol da saúde do Ser.

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